E o Oscar vai para…

Assistir a entrega do Oscar, no Brasil, pra mim, tem um significado diferente. Eu adoro cinema. Um dos meus passatempos favoritos é assistir histórias em filmas e séries. O cinema já fez muito pela humanidade, mostrando histórias reais e fictícias que são verdadeiras metáforas. A capacidade de contar histórias, ou Storytelling, é o que faz a entrega do Oscar tão importante, porque o Oscar é o reconhecimento da criatividade de varias mentes que se unem para contar uma história.

Quando eu era adolescente na Bahia e ainda não sabia falar inglês, eu ficava encantado ao ouvir a Elisabete Hart (in memoriam) interpretando essa cerimônia na Globo. Sim, eu ouvia. Na nossa casa não tínhamos aparelho de televisão, então a gente ouvia tv pelo rádio. Eu ficava imaginando como era possível aquela transformação de uma língua para outra em tempo real, sem sequer passar pela minha cabeça que um dia, aquela seria a minha profissão.

É impressionante as voltas que a vida dá e o quanto a nossa realidade pode mudar.

Hoje já são três décadas desde que eu ouvi a entrega do Oscar pela primeira vez. A voz da Elisabete Hart, que ecoa pelo Cosmo, hoje é substituída pela competentíssima Anna Vianna. É um privilégio poder ouvir uma profissional tão competente. Eu aprendo muito quando ouço colegas que admiro interpretar, e com a Anna não é diferente.

Hoje, se eu fosse um dos eleitores do Oscar, eu certamente daria o prêmio para todas as pessoas que sonham. Mas não apenas que sonham. Agem. Trinta anos atrás eu jamais teria imaginado que um dia eu seria intérprete simultâneo. Sonhar é tecer a realidade na linha do tempo.

E o Oscar vai para quem sonha e realiza!

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