Storytelling, a arte de contar histórias

Tom Hanks em Forrest Gump, O Contador de Histórias

Como contar histórias de forma conversação

As histórias colocam a nossa capacidade de nos conectarmos, uns com os outros, a todo vapor. As pessoas estão conectadas para contar histórias, e a maneira mais fácil de chegar ao coração de alguém não é através do estômago, mas através da narrativa.

Infelizmente, é fácil contar mal uma história. Você provavelmente já teve que aturar contadores de histórias divagantes que levam uma eternidade para chegar ao ponto – ou pior, não parecem ter um ponto em absoluto. Você, provavelmente, também já foi um desses contadores de histórias de ocasião (desculpe!)

Felizmente, também é fácil contar uma história bem — se você souber como. Há apenas três coisas que você precisa lembrar.

1. Prenda a atenção desde o início

Um bom filme prende a atenção do expectador já nas primeiras cenas. É igual um livro que tem uma história interessante. Ninguém gosta de ler 300 páginas até que algo interessante comece a acontecer.

Em vez disso, mostre porque a história é importante antes de começar a contá-la. Por exemplo, se você vai contar a história sobre um dia que um gambá apareceu na sua cama, não comece a contar a história. Diga algo como “Ok, eu vou contar sobre uma vez que eu fui dormi com a mulher da minha vida e acordei com um bicho estranho e fedorento ao meu lado”. Agora você tem o interesse do seu público, e ele vai ficar ligado enquanto você conta a história.

Muitas vezes é uma boa idéia usar palavras vívidas como “estranho” ou “engraçado” ao apresentar sua história. Por exemplo, “eu vou contar como eu conheci a minha esposa” não é tão bom quanto “deixe-me contar sobre a coisa mais estranha que aconteceu comigo no dia que eu conheci minha esposa”. O público vai ficar esperando para descobrir o que aconteceu de estranho.

Além disso, certifique-se de que tudo na história que você está contando conecta-se com a sua história. Se você está contando uma história sobre como você acordou com um gambá em sua cama, tudo em sua história deve levar até o momento da descoberta do gambá. Se você tiver seguro sobre uma parte da história, você pode descarta-la.

2. Atice a Imaginação

Contar histórias tem a ver com imaginação, por isso instigue o seu público a imaginar.

Uma maneira fácil de fazer isto é convidar a participação do público. Por exemplo, encontre um ponto central da história, e então pergunte aos seus ouvintes o que eles fariam. Ou seja, “Eu ouvi um barulho vindo do porão – e eu estava sozinho em casa. Era uma noite de chuva o barulho das gotas d’água pareciam querer furar o teto de zinco daquela no sítio do meu avô”. Se você fosse eu, o que você faria?

Você também pode estimular seu público a imaginar o que acontece a seguir. Por exemplo, “Eu desci as escadas e quando eu finalmente abri a porta para o porão…” – o que você acha que eu encontrei lá?

Certifique-se de que essas perguntas não sejam muito abertas, mas também que você não está apenas esperando uma resposta de sim ou não. Por exemplo, se você estivesse contando a história da Cinderela:

“Você acha que minhas irmãs gostavam de me ver no baile?” não é bom, porque é uma pergunta de sim ou não.

“Eu entrei no salão – o que você acha que aconteceu?” não é bom, porque é muito amplo.

“O príncipe caminhou até mim – e o que você acha que ele disse?” é bom, porque é um bom meio-termo de ser aberto, mas não muito amplo.

Mais uma dica: em vez de descrever tudo, dê um detalhe vívido, e deixe o público imaginar o resto.

Por exemplo, em vez de passar várias frases descrevendo o quão opulento era o seu quarto de hotel, basta dizer “Era um lindo quarto de hotel – os lençóis eram os mais lisos que eu já senti. Não se foi o maior, mas certamente foi a suíte mais bonita que eu já dormi….” Com esse detalhe, o público pode facilmente imaginar o resto do quarto de hotel.

3. Varie a sua voz

Sua voz é uma ferramenta poderosa para contar histórias e é fácil de usar.

Não se preocupe em soar triste, ou zangado, ou o que quer que seja – você provavelmente não é um ator. Em vez disso, basta aumentar ou diminuir o volume da sua voz, ou acelerar ou abrandar o ritmo da sua voz.

Uma voz alta e/ou rápida comunica excitação/energia, enquanto uma voz lenta/macia transmite seriedade.

Esta é uma ótima técnica para brincar. Pratique contar histórias olhando o espelho ou durante a suas viagens de onibus ou de trem/metrô e pratique a variedade vocal. Quanto mais sua prática, mais natural sua variedade vocal soará.

Com essas dicas você, provavelmente, terá resultados interessantes da proxima vez que você for contar uma história. Se você tem filhos pequenos, uma boa ideia é contar as histórias dos livros das crianças mudando as vozes dos personagens. Experimente. Seus filhos vão amar!

Tem alguma dica para contar suas próprias histórias? Compartilhe-as nos comentários!

Adaptado para o português por César Melo do blog ImproveYourSkills.

César Melo é intérprete simultâneo e hipnólogo.

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